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Confira a opinião dos especialistas entrevistados pela EXAME Invest.
CONTEXTO
Em 2020 e 2021 o mercado imobiliário teve um forte ritmo de crescimento, impulsionado pelas taxas de juros mais baixas da história e pelas mudanças de comportamento provocadas pela pandemia, que mudou a perspectiva do brasileiro sobre o seu lar.
As maiores “barganhas” e oportunidades já passaram, comprar um imóvel em 2022 será um desafio maior. Mas especialistas ouvidos pela EXAME Invest afirmam haverá boas oportunidades, com preço justo e boas condições de pagamento.
Quanto ao aumento na taxa de juros, Tiago Galdino, executivo-chefe financeiro do Imovelweb (um dos maiores portais de imóveis do país), explica que a Caixa – banco que responde por cerca de 2/3 do crédito imobiliário do país – afirmou que não reajustaria as linhas de crédito imobiliário neste ano.
Tiago fundamenta que “a Caixa está no ápice do lucro e tem um colchão para manter a decisão de não subir os juros”, ele acredita que isso deve frear a subida de juros em outros bancos. Se não fosse isso, o reajuste das taxas seria bem mais agressivo.
Ele afirma também que, apesar de a Selic ter subido para 9,25% ao ano, ela segue em patamares atrativos ao consumidor. “A Selic está em um nível médio se analisarmos as taxas de 2010 para cá. A melhor coisa que o consumidor pode fazer é procurar o produto certo […]”
O crédito imobiliário tem sido o “queridinho” do setor. Os empréstimos concedidos com recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (o conhecido SBPE) acumularam impressionantes R$ 206,86 bilhões entre dezembro de 2020 e novembro de 2021, um aumento de 79,6% em 12 meses, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
E isso deve se manter, não faltará crédito para financiar a sua realização em 2022.
A matéria da Exame conta que, para Cristiane Portella, presidente da Abecip, os financiamentos devem seguir crescendo em 2022, mas em ritmo menos acelerado do que em 2020 e 2021. “Podemos ter uma queda entre 5% e 10% do volume financiado, mas as taxas de juros ainda estão abaixo de dois dígitos e seguem atrativas. Ainda melhores do que no período pré-pandemia.”
O mercado acredita que a taxa Selic (uma das principais taxas de juros no Brasil) deve continuar subindo até março de 2022, chegando a algo entre 11,50% e 12% ao ano.
Portella destaca também que, caso a taxa volte a cair no segundo semestre do ano ou no início de 2023, o consumidor que adquiriu um imóvel financiado em 2022 pode facilmente fazer portabilidade para um banco que ofereça uma taxa de juros mais barata. "Nesses casos, ele consegue negociar com o próprio banco. Ninguém quer perder cliente. A outra opção é a portabilidade.”
O estoque de imóveis à venda no Brasil está controlado, isso significa que não deve haver uma queda nos preços ao longo de 2022, pois não há unidades sobrando e os preços só tendem a cair quando há excesso de imóveis. Além disso, é esperado que surjam novidades, porque as incorporadoras irão antecipar os lançamentos dos imóveis para o primeiro semestre do ano.
“O carro-chefe do mercado imobiliário são as incorporadoras. Se elas mantêm os lançamentos, os preços se sustentam. 2022 começa com uma taxa de juros elevada com perspectiva de subir mais. Quem tem condições de comprar já perdeu o bonde. Quem está com plano de comprar terá que caçar mais, mas, mesmo assim, teremos incorporadoras fazendo bons lançamentos sem repassar as pressões de custo da construção e da demanda para o preço”, diz Tiago Galdino.
Fonte das informações: EXAME Invest.
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